Apresentações e comentários técnicos sobre produtos, equipamentos, procedimentos, legislações e propostas dedicadas ao controle das emissões.
Por solicitação da AFEEVAS, este inventário foi desenvolvido pela EnvironMentality com dados conservadores para avaliar a necessidade de intensificação do controle de emissões e categorizar as fontes comparativamente, determinando quais seriam as prioritárias em um programa de controle, e estimar a ordem de grandeza das reduções necessárias para interromper o crescimento das emissões anuais dos poluentes envolvidos e, num segundo passo, reverter as suas tendências de crescimento para descaracterizar tais fontes de emissão como prioritárias. Como resultado final, este inventário indicou que a fase MAR I reduziu o crescimento das emissões anuais com o aumento das frotas, mas embora a frota de máquinas corresponda a 1/3 daquela de caminhões, ainda apresenta impacto ambiental da mesma ordem de grandeza e já permite uma priorização das categorias mais importantes para o controle ambiental, encerrando a primeira etapa dos trabalhos.
Publicado em 27/11/2023
Inventário preliminar de emissões para máquinas agrícolas e rodoviárias
O inventário de fontes de emissão é uma ferramenta que utiliza dados estatísticos da utilização de máquinas e seus fatores médios de emissão para estimar impactos ambientais.
Os inventários não são verdades absolutas, mas estimativas exploratórias comparadas sob critérios semelhantes para verificar a necessidade de controle de emissões e estimar a intensidade necessária das ações a serem propostas.
Numa primeira fase, é feito um inventário preliminar, com dados conservadores para avaliar a necessidade de intensificação do controle de emissões e categorizar as fontes comparativamente, determinando quais seriam as prioritárias em um programa de controle, e estimar a ordem de grandeza das reduções necessárias para interromper o crescimento das emissões anuais dos poluentes envolvidos e, num segundo passo, reverter as suas tendências de crescimento para descaracterizar tais fontes de emissão como prioritárias.
Identificadas as fontes que merecem tratamento ambiental, os setores envolvidos devem discutir o que será possível fazer técnica e economicamente, mas à luz das necessidades apontadas pelo inventário preliminar, criando cenários de implantação de limites por categoria. Nestas discussões, o inventário deve ser refeito para cada cenário idealizado para comparação, desta vez com dados mais realistas para que o programa de controle não seja definido a partir de expectativas muito otimistas e resultem ineficazes.
O presente inventário, correspondente à fase inicial e exploratória, foi desenvolvido pela EnvironMentality por solicitação da AFEEVAS e discutido com as partes interessadas na Comissão Técnica Fora de Estrada e Geradores da AEA, tendo recebido das entidades participantes inúmeros ajustes em seus dados primários, especialmente os fatores de emissão que foram gentilmente compilados e fornecidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia.
Como resultado final, este inventário preliminar indicou que a fase MAR I reduziu o crescimento das emissões anuais com o aumento das frotas, mas embora a frota de máquinas corresponda a 1/3 daquela de caminhões, ainda apresenta impacto ambiental da mesma ordem de grandeza e já permite uma priorização das categorias mais importantes para o controle ambiental, encerrando a primeira etapa dos trabalhos.
Na próxima etapa, os estudos focalizarão estratégias tecnológicas que permitam criar uma tendência de redução significativa das emissões anuais.
São Paulo, novembro de 2023.
Fábio C. Branco Gabriel M. Branco
O controle de emissões em veículos trouxe inovações tecnológicas que já as reduziram em mais de 50 vezes, chegando a 100 vezes em alguns casos. Consequentemente, os métodos tradicionais de inspeção de veículos tornaram-se obsoletos e também precisam acompanhar esta evolução tecnológica. O método e os equipamentos de medição por sensoriamento remoto destacam-se neste aspecto e trazem de volta a possibilidade de avaliar a emissão de qualquer poluente, em qualquer tipo de veículo e nas condições reais de utilização. Além disso, trata-se de um método de baixo custo e extrema produtividade.
Publicado em 18/10/2022
Princípios da inspeção veicular
A inspeção veicular de emissões é um recurso previsto pelo CONAMA para induzir a sociedade à prática da manutenção preventiva e também refrear as “personalizações” dos veículos que comprometem os sistemas de controle do veículo e levam ao aumento das emissões.
A inspeção tradicional consiste em uma avaliação de fácil execução fora de laboratórios, expedita e de baixo custo, que se correlacione com algum aspecto da estratégia de controle de emissões e indique a sua conformidade com a regulamentação ambiental, minimamente.
No caso dos motores do ciclo Otto (gasolina, flex e GNV) a medição de CO e HC em marcha lenta é o indicador da regulagem correta; as mesmas medições em 2500RPM confirmam se o catalisador está operando. Este método não é sensível a outros aspectos, como a emissão de NOx.
Antes da criação do PROCONVE, a observação visual era suficiente para identificar veículos Diesel desregulados. Desde as primeiras fases deste Programa, a medição da opacidade em aceleração livre mediante o acionamento brusco do acelerador passou a ser o indicador do atendimento ao limite máximo da emissão de particulados, nos motores com controles mecânicos, por elevar a injeção de combustível a valores próximos aos máximos.
Entretanto, o grande aumento do rigor dos limites de emissão trouxe o gerenciamento eletrônico do motor e do veículo, que atua digitalmente em cada regime de funcionamento, que passaram a ter controles independentes. Este fato praticamente invalidou os métodos de inspeção tradicionais, que se baseiam na semelhança observada entre situações reais e as escolhidas para os testes.
Evolução do controle de material particulado e sua inspeção
Quando a emissão de MP era da ordem de 1000 mg/kWh, a emissão de fumaça de um veículo em “bom estado” situava-se entre os índices Ringelmann #2 e #3, os quais foram estabelecidos em Lei na década de 70.
Na fases 1 a 5 do PROCONVE, a emissão de MP foi reduzida a 200mg/kWh, levando a índices inferiores a Ringelmann #1, de forma que este método continuou a identificar apenas os casos mais extremos de desconformidade, mas foi necessário implantar o método de medição de fumaça por opacímetros baseados na absorção de luz visível. Os demais poluentes nunca foram inspecionados nos motores Diesel, por não ser absolutamente necessário e exigir que o motor operasse sob carga elevada.